domingo, 30 de maio de 2010

Do fio da garrafa PET nasce um inverno mais quente

Os projetos que Porto Alegre mostra na Expo Xangai - I

Conheci a Art&Mae em uma manhã de quinta-feira, duas semanas antes de embarcar para a China. O cenário da Vila Laranjeiras não era novidade para mim. Por alguns anos convivi com aquela comunidade quando me dedicava ao carnaval na Estação Primeira da Figueira. Mas desta vez havia algo realmente novo. Algo que unia um grupo de mulheres que se reúnem duas vezes por semana para trabalhar e, mais do isto, para conviver. São mães, avós, viúvas, separadas, desempregadas ou não, que encontram em um pedaço de tecido, fios de linha e forro matéria-prima para confeccionar um edredon e dividir o lucro entre todas que participaram do processo.

O local de trabalho é um galpão de piso simples e sem forro no teto ao lado de uma capela em uma via estreita, mas asfaltada, da comunidade instalada próximo à famosa ‘pedreira do Asmuz’. Há tempos são ameaçadas de despejo pelo responsável pelo templo, mas resistem. O espaço é abarrotado de sacos recheados de um emaranhado de fios reciclados a partir de garrafas PET descartadas pelo porto-alegrense. É material doado pela Maxitex e chegou até as 20 mulheres através de uma parceria com o Banco Social da Fiergs e da Governança Solidária. O tecido é comprado com a ajuda do BRDE. Está fechado tripé da governança: comunidade, iniciativa privada e poder público.

Cenira Vargas da Silva conta que passou mais de 20 anos dos seus 45 de idade fazendo edredons. Há seis os recheia com fios de garrafas PET. Além de trabalhar com as vizinhas ensina mulheres das regiões das ilhas a produzirem também guardanapos de tricô e crochê. Junto com Karina, que recém pariu mais um filho, e Maria, que se orgulha de poder fechar sozinha dois edredons por dia, sonha levar seu trabalho para uma rede de lojas e assim melhorar a vida de suas famílias.

Um dos desafios da parceria com a Prefeitura agora é dar um toque de refinamento aos edredons revestidos até aqui com um tecido simples que afasta uma parcela da possível clientela que poderia passar a se aquecer de forma ecologicamente correta no inverno. A simplicidade do que é produzido, no entanto, agrada aos moradores da região. Cada unidade é vendida a R$ 60. Só que o produto da Art&Mãe pode e vai mais longe. Hoje está em Xangai. Em setembro estará também no Donna Fashion.

O trabalho da Art&Mãe é acompanhado pela Agente de Governança da Zona Leste, Janice Hofmeister.

Fotos: Ana Paula Dixon / PMPA

FONTE:ZH

Um comentário:

Unknown disse...

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